DODGE DART
Gran Coupé 5.2 V8
1973
Assim como nós temos Nome, RG e CPF, carro de coleção também tem sua identidade própria. Aqui em casa, no bairro, na cidade e até além mar, este Gran Coupé '73 é conhecido como GARBOSO !
Na família desde 2005, foi resgatado lá na minha terra natal, Turvo-SC. Comprado diretamente do meu cumpadre "Suplinésio", o GARBOSO possuia todos os acabamentos originais nele ainda. Mas o que mais me chamou a atenção foi a grade do Charger R/T 1971, instalada por um antigo proprietário lá em Araranguá-SC. Gostei muito da integridade do carro e, com um acodro de "cumpadres", o GARBOSO veio para Curitiba. Ah, o carro ainda estava com os pneus Tornado Beta montados nele. Sinais que apesar da idade, não tinha muitos km rodados. O odômetro marcava "exatamente" 80 e poucos mil km...kkk
Tal e qual o carro chegou, fizemos AQUELA limpeza total. Ganhou 4 Michelin 205/70R14, pintura nas rodas e pronto. Um carro novo tinha surgido da poeira!
De 2010 a 2011 parada para fazer o 318-V8 com bastante calma. Antes de fazer o motor, fui comprando as peças na medida do possível e já preparando o projeto de "rebuild" do motor. Fui muito privilegiado em ter sido aceito pelos Socher, aqui em Curitiba, para fazerem o motor para mim. Tal e qual o motor foi montado, depois de 9 anos, 1 parafuso sequer precisou de ajuste. Um relóginho que só a experiência dos "veínho" pode fazer.
De motor novo, muita histórias e upgrades gerais.
Muitos encontros, histórias, filhos crescendo e vida seguindo.
Meados de 2017 fui manobrar o carro e por descuido, raspei a lateral direita na pilastra da garagem. Pensa daqui, olha de lá... raspamos a lateral e começaram a aprecer as "surpresas" ocultas da idade e das antigas presepadas dos funileiros. Resumo: Carro foi pra FULL Restoration. Foram 28 meses sem o GARBOSO em casa.
23 de novembro de 2019, meu níver ( !!), o GARBOSO volta pra casa. Lata feita, pintura zero bala. A cor turquesa-aquarius, original de plaqueta, ressurgiu como fosse zero de fábrica.
Bem, assim, segue o dia-a-dia....
MOTOR E TRANSMISSÃO
Sobre o "Powertrain" diria que fizemos uma boa "depiora" no 318-V8. Quando comprei, funcionava em 7 cilindros e o comando de válvulas estava bem desgastado. Provavelmente o dano era devido ao excesso de diluição de gasolina no lubrificante.
Por 3 anos, fui juntando peças e orçamento para fazer completamente o motor. Meados de 2010 ele foi para uma dupla "veínho + filho" muito sapientes. Com toda a calma e competência do mundo, fizeram o motor que roda há 10 anos sem uma falha sequer. Show!
Os dados no dyno de rolos, com o motor marcando 1000 km no hodômetro, indicaram na roda:
- 225hp @ 5500 rpm (aprox 270hp no motor)
- 380Nm @2500-4000 rpm (aprox 450 Nm no motor)
O que fizemos na "despioria" dele:
1) Traçar os objetivos de uso: No nosso caso, seria uso bem urbano pois moro em Curitiba. Mas, com um certo fôlego para chegar bem em 5500 rpm.
2) Com isso, nossa faixa de uso seria bem focada de 1500 rpm a 3500 rpm. Tentando realçar ao máximo o "Low End Torque" do motor. Escolhi um comando MOPAR "bem morto" da série PURPLE CAMS. Tem lift de 0.41 ADM / 0.43 ESC polegadas. Duração "líquida" é 211 (ADM) e 218 (ESC). Bruta fica 272/276 de duraçao mas estes números brutos, são só para fazer propaganda enganosa. Afim de aproveitar o comando "morto" isso fizemos:
3) Cabeçotes ainda de Ferro Fundido com válvulas 1.88 inch (ADM) e 1.60 inch (ESC).
4) Tunning das portas de entrada, câmara e saída do cabeçote.
5) Sedes de válvulas com 3 ângulos
6) Pistões Keith-Black
7) A razão de compressão saiu dos 7:1 e foi para 10:1.
8) Escapamentos dimensionados com dutos individuais de 1" 3/4 de polegadas (normalmente são feitos com 1" 1/2)
9) Mantas térmicas industriais (Thermoceran) com revestimento em fibras cerâmicas. São usadas em turbinas a vapor. Escolhi este tipo por terem grande capacidade de isolamento térmico e durabilidade. Equipamentos industriais tem um grande apelo nestes 2 pontos.
10) Injeçao eletrônica FiTech #3005 (no início ele tinha uma Edelbrock 500 CFM mecânica).
11) Coletor de admissão Edelbrock PERFORMER + Spacer de 1 polegada. A ideia do Spacer é para termos uma área maior de plenum, aproveitando a boa atomização da injeção eletrônica. Quando estava com o carburador, não havia o Spacer pois a atomização do carburador não era tão boa em baixas rotações e alta carga.
12) Distribuidor eletrônico MOPAR
13) Ignição MSD 6A Digital
14) Bielas aliviadas
O Câmbio foi todo refeito , sendo 3 marchas na coluna.
Uso o kit de embreagem chapeú chinês da SACKS, usado nas Pick-ups C-10.
DADOS DE PERFORMANCE
Aqui já faço feio, ainda não fui em Track-Day nem arrancada. kkkk
Como pai de família, o pé direito sempre levanda nestas horas....
Espero que me entendam!
Mas isto não significa que o 318-V8 não seja usado até o corte de giro, beeeeem frequentemente!
SUSPENSÃO, FREIOS E RODAS
Uso originais do Dodge, mas sempre com manutenção e revisão em dia.
APARÊNCIA
A cor original de plaqueta é o código V6 da Dodge.
Nome: Turquesa Aquarius.
É a cor do carro, ao qual foi restaurado há 1 ano atrás.
PLANOS FUTUROS
Para 2021 vai ganhar alternador bem mais potente, kit de polias em alumínio Poly-V, ventoinha elétrica (será que ganho uns 10 hp?), difusor no escape.
Porém o plano maior mesmo é aproveitar o GARBOSO. E de preferência , com a família!